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Desmistificando o reporte ESG: 5 passos essenciais
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Desmistificando o reporte ESG: 5 passos essenciais
O reporte em ESG (ambiente, social e governança) é hoje um mecanismo incontornável para avaliar e dar a conhecer o desempenho das nossas empresas em matéria de sustentabilidade.
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O reporte em ESG (ambiente, social e governança) é hoje um mecanismo incontornável para avaliar e dar a conhecer o desempenho das nossas empresas em matéria de sustentabilidade. A nova Diretiva de Reporte de Sustentabilidade Corporativa vem forçar o passo, ao ampliar o espectro de empresas que têm de reportar o seu impacto e interdependências com o ambiente e a sociedade, bem como temas de governança, a partir de 2025.
O efeito de onda do reporte da cadeia de valor de cotadas e de grandes organizações já está a chegar às pequenas e médias empresas – a grande fatia do tecido empresarial do nosso país. A maioria delas está totalmente impreparada para reportar sobre a tua atividade em ESG. Por onde começar?
Vejamos cinco passos sobre os quais ter visibilidade neste percurso:
O desafio é grande, mesmo para empresas com maior grau de maturidade em sustentabilidade. Mas o comboio já partiu e vai acelerar. À escala europeia, as normas e os regulamentos estão a evoluir rapidamente. A UE não vai deixar cair a ambição de emitir menos 55% de CO até 2030 (baseline 1990) e de ser o primeiro continente neutro em carbono, até 2050. Há muito caminho a fazer, ainda que a diferentes ritmos. Quem for à frente, terá ganhos competitivos.
2. Integrar o ESG como visão holística
Importa compreender que o ESG vem englobar no reporte três dimensões, para lá da esfera financeira: o ambiente (E de environment), avaliando o impacto das atividades da empresa no meio ambiente, como as emissões de gases de efeito estufa, o uso dos recursos naturais e gestão de resíduos; o social (S), ao considerar as relações com os colaboradores, comunidade local, clientes, fornecedores, bem como questões de diversidade, saúde e segurança; e, por fim, a governança (G), referindo-se à estrutura de liderança, ética, transparência e responsabilidade corporativa. É o princípio de uma nova forma de ver e agir, mais consciente e mais exigente.
3. Mapear a dupla materialidade… ou a relação do negócio com o ambiente e a sociedade
O conceito de dupla materialidade orienta-nos para avaliar, por um lado, a forma como o ambiente e a sociedade afetam a empresa; por outro, o impacto que a empresa tem na sociedade e no ambiente. Identifica os temas materiais relevantes para o negócio, avaliando os riscos e oportunidades internos (materialidade interna) e os impactos externos na sociedade e no meio ambiente (materialidade externa).
Para mapear quais são estes temas, é necessário ouvir as partes interessadas, como colaboradores, clientes, investidores e comunidades locais.
4. Atuar sobre a dupla materialidade
As empresas devem então analisar os riscos e oportunidades associados a cada tópico material, considerando o impacto financeiro, operacional e reputacional. Esta quantificação e qualificação envolve métricas financeiras e indicadores de desempenho ambiental e social, como o cálculo da pegada de carbono, o impacto na biodiversidade ou a igualdade de género nas operações da empresa, entre muitos outros.
A dupla materialidade deve ser integrada nos relatórios de sustentabilidade e define um ponto de partida para o desenho de uma estratégia ou de ações de sustentabilidade para a organização e o negócio. De resto, não basta à empresa comunicar ou reportar a sua dupla materialidade. Deve explicar como a aplica, que tópicos foram considerados e como foram avaliados os impactos.
5. Começar a reportar sob as novas Normas Europeias (ESRS – European Sustainability Reporting Standards)
Dando corpo à nova Diretiva de Reporte de Sustentabilidade Corporativa, a União Europeia adotou um conjunto de Normas Europeias de Reporte de Sustentabilidade, que estabelecem diretrizes rigorosas para o reporte ESG. Estas normas abarcam indicadores específicos para cada dimensão. Ao assegurarem qualidade e padronização na recolha, análise e divulgação, os dados de ESG tornam possível a comparação entre empresas e setores.
Estes dados vão ser cada vez mais relevantes para a tomada de decisão dos investidores e instituições financeiras, em busca de informação consistente e fidedigna.
Artigo originalmente publicado no Jornal Económico em junho de 2024
(com o apoio de ISCTE – Executive Education)
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